segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

MEIO AMBIENTE


"Pulmão verde" de Joinville ainda resiste
              O morro do Boa Vista, um dos principais pulmões verdes de Joinville, começa a sofrer com a especulação imobiliária. Mesmo com legislação proibindo sua ocupação acima dos 40 metros, ecologistas e moradores do local estão preocupados com a possível ocupação da área. Encrustrado no centro de Joinville, o morro é referência para quem chega. Nas primeiras incursões dos colonizadores alemães, um dos primeiros pontos avistados a partir da baía da Babitonga era o morro do Boa Vista. A imponência do morro fez com que nele se localizasse um dos pontos turísticos mais procurados - e nem tão conservado - da cidade: o mirante. O morro chegou a ser batizado pejorativamente como "paliteiro", pelo grande número de antenas de rádios e televisões que tomaram o local com a anuência do poder público.

Segundo ambientalistas, o morro do Boa Vista é uma área verde de grande importância para a cidade, funcionando como uma espécie de filtro da poluição industrial. Além disso, o morro tem inúmeras nascentes que abastecem cerca de cinco mil famílias e contribui para amenizar o micro-clima da região. A degradação do local, na opinião dos órgãos ambientais da região, também pode reverter num aumento do assoreamento do leito do rio Cachoeira que corta o centro de Joinville.
Os ambientalistas estão preocupados com a exploração e a ocupação irregular da área verde que, por causa da degradação, pode desaparecer do mapa em menos de uma década. Dados da organização não-governamental Vida Verde revelam que 30% dos oito quilômetros do morro já foram degradados, principalmente nas imediações da rua Helmut Fallgatter, uma das regiões próximas à baía da Babitonga.


Extinção  da biodiversidade
                     Atualmente, a biodiversidade é típica dos processos dinâmicos de recomposição natural das florestas tropicais. Os ambientalistas temem que a área verde acabe antes mesmo de voltar "ao ponto máximo do desenvolvimento da floresta". Um dos maiores problemas, além da caça clandestina que ainda ocorre na região, é a retirada do palmito Euterpe edulis, espécie ameaçada de extinção que exerce importante papel na alimentação de pássaros e no combate à erosão do solo.
                                             
Com 150 anos de história Joinville só começou a se preocupar com a preservação do Boa Vista nas últimas três décadas, com a promulgação de uma lei municipal que proibiu a ocupação das áreas situadas acima de 40 metros acima do nível do mar. Esta lei, que popularmente ficou chamada de cota 40, vale para todos os morros da cidade. Mesmo assim, por falta de fiscalização e consciência, as invasões continuam.
No ano passado, um projeto de lei da prefeitura também propôs a retomada da urbanização dos morros, especialmente o do Boa Vista, onde existe um grande interesse imobiliário. Levado para a Câmara de Vereadores, o documento continua engavetado porque a Prefeitura não tem verbas para a realização de um diagnóstico geral da área, com demarcação de seus recursos naturais, interações com a cidade e os impactos que um loteamento pode causar na região. O projeto é cobrado por proprietários que, impossibilitados de explorar o local, cobram indenizações do município. Na opinião dos vereadores que atuaram na comissão de Legislação e Justiça da Câmara de Vereadores, os proprietários têm direito a indenização.

Fonte: FUNDEMA/PMJ. Unidades de conservação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário