domingo, 1 de janeiro de 2012

HISTÓRIA



   
         Boa Vista é um bairro brasileiro da cidade de Joinville, que está localizada no estado de Santa Catarina.


Inauguração da praça Albano Schimidt.
Segundo o Instituto de Pesquisa e Planejamento de Joinville (Ippuj), "quando Eduardo Schroeder, filho do senador alemão Christian Mathias Schroeder, veio a Joinville, em 1851, com a finalidade de verificar as condições da Colônia Dona Francisca, encontrou algumas fazendas instaladas no Boa Vista. Com efeito, Carlos Ficker em “História de Joinville", pág. 32 relata: “No Boa Vista, encontramos o nome de Antônio Budal, do lado oposto do Rio Cachoeira...” Mas adiante acrescenta: “No morro da Boa Vista,... havia moradores”. No primeiro mapa de demarcação de Joinville, elaborado pelo engº Jerônimo Coelho, em 1846, já existia a denominação de Boa Vista para a região e o morro da Boa Vista era conhecido por 'Morro da Cachoeira'. 

    Estes  Dados confirmaram que o Boa Vista, juntamente com o Itaum e o Bucarein, constituem os mais antigos núcleos populacionais da cidade, dando uma pré-configuração aos atuais bairros".Segundo o engenheiro agrônomo Nelson Luiz Wendel, que realizou uma pesquisa sobre a história do morro, em meados do século 19, antes da fundação da colônia Dona Francisca - antigo nome de Joinville - o morro do Boa Vista já era habitado.
            O engenheiro conta que nas imediações do lugar onde hoje está localizada a Fundição Tupy, existia um vilarejo denominado Boa Vista, o qual acabou denominando do Boa Vista o morro à sua retaguarda. A região do bairro Iririú  também contava com algumas moradias, povoações que foram assinaladas em mapas no ano de 1848. Situado à margem esquerda do rio Cachoeira, o morro do Boa Vista não integrava as terras da colônia Dona Francisca.
              A colônia estava situada nas baixadas úmidas à margem direita do rio. Sendo assim, a urbanização das áreas do morro só aconteceu a partir da segunda metade do século 20, em conseqüência da expansão da cidade.
                Quem pensa que a urbanização tardia do morro ajudou em sua preservação se engana. Desde o início da colonização o local foi vítima do extrativismo. De suas encostas era retirado o palmito e a lenha para o fogo e construções, isso sem falar na caça, que era abundante no local. À medida que a população aumentava  , as vertentes também eram utilizadas para cultivo do aipim, do café, da banana e na irrigação de pastagens. Cenas que podem ser observadas nas gravuras da alemã Julie  Engels , realizadas em 1852 e que mostram o morro do Boa Vista bastante devastado.
           A primeira estação de captação de água de Joinville também foi construída no morro. A obra foi importante já que, por causa da poluição do ribeirão Mathias, fonte primária de abastecimento e que hoje corre em galerias sob o centro da cidade, a comunidade não tinha mais como abastecer as moradias. A estação, como explica o engenheiro  Wendel , foi construída ao lado do acesso ao atual parque Zoobotânico e, de lá, a água era conduzida por tubos até alguns pontos como praças e logradouros,nos quais a população se abastecia.
"Reismunblach".Antigo engenho de abastecimento de água de joinville.

              O engenheiro revela que o desenvolvimento urbano de Joinville ocorreu em torno do morro. "As suas matas e córregos, com cachoeiras e a magnífica paisagem descortinada do seu cume, com 196 metros de altitude já encantaram varias gerações. Portanto, além de recursos naturais e elementos ambientais, agrega elementos lúdicos, espirituais e culturais ao cenário joinvilense", explica.
                Revestido originalmente pela floresta atlântica ombrófila densa, o morro do Boa Vista já foi desflorestado inúmeras vezes para a obtenção de madeira, lenha e exploração da agricultura. Na década de 50, também foi vítima de degradação. O sistema público de saúde da época, pela falta de informação e receio de contaminação da população, acreditava que suas matas favoreciam o surgimento do mosquito vetor da malária. Nessa época, muitos hectares do morro foram devastados, inclusive como o aval dos governos estaduais e federal, como forma de tentar conter o avanço da malária no Sul do País.
vista aérea da tupy em 1954.
            As primeiras atividades econômicas estavam voltadas para agricultura de subsistência e à criação de animais, além de engenhos para o beneficiamento de arroz, produção de açúcar mascavo e melado. A partir da década de 1940, Albano Schmidt, Hermann Metz e Arno Schwarz fundam a Fundição Tupy, Em 1945, Albano Schmidt começou a consultar a possibilidade da transferência da Tupy para um local mais distante do centro da cidade. Convenceu-se que o novo parque industrial poderia ser instalado às margens da Lagoa de Saguaçu, no Boa Vista. Uma localização perfeita, com possibilidade de construção de um porto para transporte da produção da empresa, além de receber matéria-prima para o feitio.

rizophora -mangle(mangue-vermelho)comun na região do bairro Boa Vista 
A implantação da Tupy influenciou o crescimento populacional do bairro nos anos seguintes, além de acelerar a instalação dos serviços de abastecimento de energia elétrica e de água encanada que aconteceu no inicio da década de 1950. As folhas do mangue existentes no local, foram objetos de exploração exaustiva para atender às tinturarias da região.*

Fontes: “Livro História dos Bairros de Joinville, Fundação Cultural -Ano 1992”. Grifo nosso . google/images.

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